Um dos maiores problemas da gravidez na adolescência – que só tende a piorar após o nascimento do bebê – é a evasão escolar delas ao se tornarem mães. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), 68,3% das adolescentes que engravidam deixam de frequentar a escola, percentual que aumenta para 85,37% no terceiro trimestre da gestação.
Mesmo que elas tenham direito à licença maternidade, inclusive na escola, é um desafio conciliar o novo universo adulto a que ela adentrou, com todos os cuidados com o bebê, e as atividades de reposição para atender aos requisitos do ano letivo.
Aliás, os direitos de adolescentes, tanto dela quanto dele, não acabam só porque chegou a maternidade e a paternidade.
Todos os direitos, inclusive ao apoio e suporte familiar, de estudar, de conviver em comunidade, presentes no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), fazem ainda mais sentido.
Se a gravidez já era considerada um risco para os jovens, para a criança recém-chegada a situação é ainda mais vulnerável.
Aqui, cabe lembrar e reforçar ainda mais todos os direitos previstos no Marco Legal da Primeira Infância, lei destinada a meninos e meninas com até seis anos completos: como políticas públicas que lhes garantam a vida, a educação, a dignidade, entre outros.
Logo abaixo, os educadores encontram publicações e textos que ampliam esse debate e permitem aprofundar ainda mais as discussões das desigualdades que colaboram para o nascimento de bebês de mães e pais adolescentes.
A seguir, estão as indicações dos conteúdos passíveis de uso em sala de aula:
Cenário da infância e adolescência no Brasil 2019. Fundação Abrinq. Brasil: 2019.
Nascer no Brasil: Sumário executivo temático da pesquisa. Brasília: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 2014.
Pesquisa Nacional de Saúde Escolar 2015. Brasília: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2015.
Relatório da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento - Plataforma de Cairo. Organização das Nações Unidas. Brasil: 1994.
Situação da população mundial 2016: 10 – como nosso futuro depende de meninas nessa idade decisiva. Brasil: Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), 2016.
Situação da população mundial 2017: mundos distantes - saúde e direitos reprodutivos numa era de desigualdade. Brasil: Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), 2017.
Situação da população mundial 2018: o poder da escolha - direitos reprodutivos e a transição demográfica. Brasil: Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), 2018
Transformando Nosso Mundo: a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Organização das Nações Unidas. Brasil: 2015.
Os conteúdos abaixo embora não sejam de uso direto em sala de aula, podem contribuir para o seu aprofundamento como educador(a):
Adolescência e Saúde 4 - construindo saberes, unindo forças, consolidando direitos. Organizado por Neusa Francisca de Jesus (coord.), José Maria Soares Junior, Sandra Dircinha Teixeira de Araújo Moraes. São Paulo: Instituto de Saúde, 2018.
Mãe, pai e casal na adolescência: e agora? Orientações para profissionais da saúde. Joviane Marcondelli Dias Maia, Cristiane Camargo de Oliveira, Roselaine de Oliveira Giusto, Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams. São Carlos: Pedro & João Editores, 2011.
Nascer no Brasil: Sumário executivo temático da pesquisa. Brasília: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 2014.
Primeira infância e gravidez na adolescência. Brasília: Rede Nacional Primeira Infância (RNPI), 2013.