Ato religioso encerra festividades em homenagem ao mês da Consciência Negra

  

Um encontro entre religiosos de diferentes credos marcou o encerramento das comemorações do mês da Consciência Negra, promovidas pela Coordenação Geral de Apoio aos Programas de Defesa da Cidadania, da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. O ato inter-religioso foi realizado nesta quarta-feira (30/11) no Espaço da Cidadania “André Franco Montoro”, na sede da Secretaria.

O secretário de estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, Márcio Fernando Elias Rosa, recordou a abolição formal da escravatura, período que, segundo ele “tornou homens livres: livres para morrerem de fome, continuar na senzala e aceitar a exploração, como sendo a única forma de subsistência”.

O secretário enfatizou ser importante que “as gerações presentes e futuras sejam capazes de verificar a relevância da ancestralidade. Não esquecendo que o que fazemos e praticamos hoje também produzirá efeito para as próximas gerações”.

Representantes do budismo, catolicismo, umbanda, candomblé, evangélicos, islamismo e espiritismo participaram do evento com o objetivo de abordar a relevância da cultura de paz entre as religiões.

  

“Nós estamos aqui pedindo ao Senhor Deus de todos os homens que nos fortaleça na caminhada para que possamos estar juntos em comunhão. Deus é amor. E o amor se traduz em comunhão: cada um de nós respeitando o irmão e trabalhando para que de fato a paz possa existir nos corações de todos”, desejou o representante da Igreja Católica Apostólica Romana, padre José Enes de Jesus.

O representante da Federação Espírita, João Baptista do Valle, expressou o seu respeito por todas as religiões e citou Mahatma Gandhi: “Se eu pudesse deixar algum presente para você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos.”

   

O representante do Adventismo do Sétimo Dia, pastor Marcos Ribeiro, lembrou Zumbi dos Palmares e a sua busca pela liberdade. “Vamos continuar lutando pela liberdade e ajudar ao semelhante para que todos tenham uma vida digna.”

“Estamos aqui em uma cultura de paz. Nós falamos de um mesmo Deus, de uma mesma força e energia. Esse grupo inter-religioso se reúne hoje para que possamos conviver em paz e combater a guerra”, afirmou a representante do Candomblé, Yalorixá Carmem de Oxum.

  

O representante do budismo, Monge Ryosan, convidou os presentes a meditarem por 30 segundos e serem testemunhas dos próprios pensamentos, observando a si mesmo e ao ambiente. Após a pausa, o religioso questionou se os presentes pensaram em seu gênero, raça ou nome e explicou. “A nossa mente natural não tem preconceitos. Enquanto vocês estão dentro de vocês e eu dentro de mim, somos um.”

O representante do islamismo, Sheik Ragip, fez referência ao período da escravidão e esclareceu que a discriminação racial é condenável no Livro Sagrado. “Peço a Deus que oriente, ajude, dê força e torne pacientes as vítimas e os descendentes das vítimas. Que possam superar as dificuldades ainda presentes e que oriente a todos a colaborar no processo de reconstrução da cidadania e da confiança em si mesmo como cidadãos e seres humanos.”

   

Durante a cerimônia, o secretário Márcio Elias Rosa reforçou que o sentido do ato inter-religioso “é que cada um a seu modo, professando a sua fé, tenha coragem de assumi-la com suas características, sem medo da descriminação, enxergando no próximo o próximo, porque é igual. Sejamos capazes de praticar a tolerância. A intolerância quando presente e prevalecente faz do próximo um mero indivíduo e não uma pessoa”, afirmou.

   

Também participaram da cerimônia o secretário adjunto da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Souto Madureira; o chefe de Gabinete da Pasta, Leonardo de Barros Moraes; coordenadores das várias Coordenadorias vinculadas à Pasta, e servidores.

 

 

 

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