OAB SP entrega prêmio Franz de Castro Holzwarth a advogados que atuaram na tragédia do Carandiru
O advogado e ex-procurador de Justiça João Benedicto Azevedo Marques, e o colega Ricardo Carrara foram duas das primeiras pessoas a entrar no Carandiru após o massacre de outubro de 1992, a pedido do então presidente da OAB SP, José Roberto Batochio. A Ordem paulista foi a primeira instituição a entrar no presídio após a tragédia que resultou na morte de 111 presos – 84 deles sequer sentenciados.
Pelo empenho diante da tarefa, Marques e Carrara foram homenageados nesta segunda-feira (21/11) com o prêmio Franz de Castro Holzwarth, em cerimônia realizada na sede da OAB – SP, na região central da capital.
O prêmio tem como objetivo homenagear os operadores do direito que se destacaram na defesa dos Direitos Humanos.
“Os advogados foram incansáveis na tarefa que desempenharam para que a Ordem pudesse cumprir o papel de defensora dos direitos humanos”, pontuou o presidente da OAB SP, Marcos da Costa.
A visita dos advogados, ambos da Comissão de Direitos Humanos da instituição, foi o passo inicial de um extenso trabalho de pesquisa levado a cabo na época e de extrema importância colaborativa para as investigações conduzidas pelos órgãos competentes.
O secretário de estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, Márcio Fernando Elias Rosa, representou o governador Geraldo Alckmin e relembrou o período em que esteve à frente da Procuradoria Geral de Justiça, e do empenho para garantir que as ações penais pendentes de julgamento relativas ao Carandiru fossem julgadas.
“O princípio da dignidade da pessoa humana não é só princípio constitucional: é também vetor, alma e espírito da Constituição de 1988”, afirmou o secretário ao defender a garantia de respeito ao homem e a sua condição humana.
Márcio Elias Rosa reverenciou Franz de Castro Holzwarth e a sua lendária trajetória. “Foi um advogado que dedicou a sua vida à ação em favor do próximo. Exercendo a advocacia emprestou a sua vida na perspectiva de salvar a vida de outros.”
O secretário da Justiça também reconheceu o papel importante dos homenageados na luta pelos Direitos Humanos.
“São duas grandes figuras da advocacia, do Direito e da vida pública”, disse ele ao recordar que o Dr. Ricardo Carrara Neto presidia, em 1992, a Comissão de Direitos Humanos e dirigiu os trabalhos iniciais de investigação do episódio no Carandiru, acompanhado pelo colega Dr. João Benedicto Azevedo Marques, homem cuja trajetória é marcada é marcada pela defesa dos direitos humanos.
A honraria faz uma homenagem ao advogado Franz de Castro Holzwarth que teve destacada carreira em defesa dos direitos humanos e morreu precocemente, aos 39 anos, durante atuação numa rebelião na delegacia de Jacareí (SP).
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