Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é celebrado na Secretaria da Justiça

 

O “Primeiro Seminário Teresa de Benguela – A Cidadania da Mulher Negra no Estado de São Paulo”, realizado nesta segunda-feira (26), às 15h30, pela Secretaria da Justiça e Cidadania, por meio das Coordenações de Políticas para a População Negra e Indígena e de Políticas para a Mulher, marcou a celebração do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza Benguela, comemorado em 25 de julho.

O encontro teve como objetivo sensibilizar a sociedade paulista a respeito da necessidade de aprofundar as políticas públicas voltadas às mulheres negras para a diminuição das desigualdades e a promoção dos seus direitos.

A gerente de Análise Social da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Fundação SEADE, Maria Paula Ferreira, apresentou estatísticas sobre a mulher negra, entre eles, que a cada 100 mulheres que perderam o emprego durante a pandemia, 27% eram negras. “O impacto da pandemia tem raça, cor. A população negra, em especial, as mulheres, são as que tem os menores salários. Precisamos mudar essa realidade”, enfatizou Maria Paula.  

Na sequência, a secretária municipal de Justiça e Cidadania de São Paulo, dra. Eunice Prudente, ministrou a palestra “Os Direitos da Cidadania das Mulheres Negras”. A palestrante fez um breve relato sobre o período pós abolição até os dias atuais, e falou sobre racismo estrutural.  “Os negros sempre trabalharam por servidão, sem receber salários ou benefícios e a mulher negra foi a mais atingida, porque além do trabalho doméstico, era explorada.  Ao longo dos anos, essa realidade mudou, mas ainda precisamos de políticas públicas de inclusão, de políticas afirmativas, e de respeito para com a mulher negra”, ressaltou Eunice.

No encerramento dos trabalhos, o Secretário da Justiça e Cidadania, Fernando José da Costa, ressaltou que a Pasta atua na defesa dos direitos humanos e combate a discriminação racial, homofobica e a intolerância religiosa. “As estatísticas apresentadas nesse evento demonstram que infelizmente o machismo e o racismo ainda persistem na nossa sociedade e precisamos combatê-los com diálogos, exposições, palestras, e com aplicações de sanções administrativas como advertências e multas que a Secretaria aplica. Continuaremos trabalhando e lutando pela igualdade de direitos”, concluiu.

Participaram do seminário a coordenadora de Políticas para a População Negra e Indígena, Rosangela de Paula, a coordenadora de Políticas para a Mulher, Edna Martins, a vice-presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, Rosmary Correa, representantes de parlamentares, mulheres quilombolas, e demais convidados.

 

Sobre a data

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas em 1992, após o primeiro encontro de mulheres afro-latinas -americanas e afro-caribenhas em Santo Domingos, na República Dominicana.  Nessa data também é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela.

O evento que reuniu 32 representantes de diversos países surgiu para dar visibilidade à luta das mulheres negras contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo.

 

Quem é Tereza de Benguela

Tereza de Benguela viveu no século 18 e foi morta em uma emboscada. Esposa de José Piolho, ela se tornou rainha do quilombo do Quariterê, no Mato Grosso, e quando o marido morreu, acabou se mostrando uma líder nata: criou um parlamento local, organizou a produção de armas, a colheita e o plantio de alimentos e chefiou a fabricação de tecidos que eram vendidos nas vilas próximas.

 

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