CRAVI promove palestra em parceria com Instituto Sou da Paz

 

O Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI), da Secretaria da Justiça e Cidadania, realizou, nesta sexta-feira (28/04), a palestra “Ataque nas Escolas: Reflexões e Caminhos para Prevenção”, na Plenária 10 do Fórum Criminal da Barra Funda, com a participação de Danielle Tsuchida e Izabelle M. Mundim, coordenadoras de projetos do Instituto Sou da Paz.

O objetivo foi debater o assunto que muito tem chamado a atenção em nosso país nos últimos tempos e apresentar alternativas para evitar novos crimes no ambiente escolar. “Não temos a pretensão de oferecer uma resposta pronta, mas jogar luz neste tema que é tão triste e preocupante”, afirmou Izabelle M. Mundim.

Segundo as coordenadoras do instituto, o primeiro passo para a prevenção é o controle do uso de armas. Um levantamento do Sou da Paz sobre ataques a escolas com uso de armas de fogo mostra que, nos últimos 20 anos, foram 12 casos que causaram 34 mortes e 59 vítimas não fatais.

Ambas defendem a necessidade de um esquema de segurança, por meio de rondas escolares, mas acreditam sobretudo que a união do trabalho da Educação e da Saúde (com encaminhamentos de casos complexos, envolvendo saúde mental), com alunos e familiares, trará resultados mais efetivos.

Elas também defendem a valorização dos profissionais nas unidades escolares; a melhoria desses espaços físicos; o combate ao bullying; a comunicação não violenta, com base na cooperação, empatia e respeito às diferenças; a mediação de conflitos; o fortalecimento dos grêmios estudantis; e o uso da escola como local de acolhimento e convivência.

“Nossa missão é contribuir para a efetivação de políticas públicas de segurança e prevenção, mas pautadas por valores democráticos, de justiça social e de direitos humanos”, enfatizou Danielle.

Perfil dos agressores e Internet

As coordenadoras do Instituto Sou da Paz apresentaram o perfil dos autores dos ataques nas escolas. São, na maioria, do sexo masculino, brancos, adolescentes e jovens. Passaram por experiências negativas no espaço escolar, possuem comportamento introvertido, foram cooptados pela subcultura de ódio extremista, cultuam armas e violência, e buscam reconhecimento e notoriedade.

Sobre a influência da Internet, destacaram que a rede facilita o acesso dos adolescentes e jovens a conteúdos de apologia à violência, por isso é de extrema importância a regulamentação das plataformas digitais, a retirada do ar desse material, e a aplicação de multa em casos de descumprimento.  Além do monitoramento das pesquisas dos filhos pelos responsáveis.

Danielle e Izabelle finalizaram a palestra ressaltando a necessidade da responsabilização dos agressores, mas com o acompanhamento cuidadoso por parte do Estado. “O jovem e o adolescente devem entender e reconhecer o que fizeram, mudar seus valores, para serem reinseridos com segurança na sociedade e evitar novas ocorrências”, completou Danielle.

CRAVI

As palestras do CRAVI têm o objetivo de colaborar para a criação e a manutenção de um espaço de troca de conhecimentos, reflexões e capacitações, especialmente voltado aos profissionais da rede de serviços. As atividades abordam temas pertinentes ao acesso à justiça, cidadania e direitos humanos.  Desde seu início, em 2011, já trataram de assuntos como violência doméstica, tráfico de pessoas, direitos do migrante, cidadania LGBT, violência contra a criança e a pessoa idosa, desafios e direitos das pessoas com deficiência e muitos outros.

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