Mais Poderosos que Uma Bomba
DEPOIMENTOS
“Mais Poderosos que Uma Bomba”
Na campanha “São Paulo contra as drogas” vamos levar às escolas dependentes em recuperação para descreverem a doença causada pelo uso de drogas, a dependência química, e as consequências em suas famílias. Aqui três das 15 histórias publicadas no livro “Guerra pela vida-A campanha da Jovem Pan contra as drogas” no capítulo “Mais poderosos que uma bomba” Por solicitação das famílias não podemos citar seus nomes:
M.L, filha única de executiva em SP, experimentou maconha com o namorado; depois, cocaína e crack
“Eu tinha 13 anos quando fumei maconha pela primeira vez. Foi no carro do meu namorado, numa praça perto da minha casa. Na hora, fiquei com medo. Minha mãe já tinha falado da maconha, que era perigoso experimentar, que eu não aceitasse de ninguém. Mas naquele momento, eu no carro dele, saindo pela primeira vez com ele, fiquei com medo de perder ele. Eu pensava assim: qual é o maconheiro que vai namorar menina que não fuma? E experimentei.
Depois, cocaína com colegas de trabalho; ecstasy nas festas; e crack com colega em ponto de venda de drogas. No tempo em que eu fumava maconha, minha boca era marcada por feridas, porque o baseado queima a boca. No tempo da cocaína, meu nariz sangrava. Eu parecia uma morta viva.Tinha olheiras, era pálida. Eu era pele e osso. Meu cabelo caía muito. Fiz vários empréstimos no banco para comprar drogas Das 12 matérias na faculdade, fui reprovada em sete por faltas, durante o meu uso de drogas. Minha mãe fez até empréstimos para pagar minhas internações. Foi tanto sofrimento que ela contraiu câncer de mama”.
P.R, criado em Higienópolis, bairro nobre da zona Oeste de SP, várias internações; roubou em casa e nas ruas
“Aos 11 anos, minha mãe morreu. Fui morar com minha tia em Higienópolis, em São Paulo, com todo o conforto e colégio particular. Mas fui pra droga: aos 13, maconha; aos 15, lança-perfume; aos 18, ecstasy e LSD e aos 20, maconha com crack. Tive várias internações. Minha tia chorava, falava que falhou comigo, entrou em depressão, tentou suicídio três vezes. Fui preso várias vezes. Eu roubei em casa, roubei na rua. Um dia, fui roubar minha mulher. Ela virou pra mim e disse você pode me matar mas eu não dou dinheiro pra você se matar. E eu quase matei ela. Grudei no pescoço dela até ela desmaiar. Só larguei quando vi minha filhinha de nove meses pegando minha perna, chorando. Foi quando decidi me internar”.
J.LA: 12 internações e terror em casa
“Já passei por 12 internações por dependência de maconha, cocaína e crack. O que minha família gastou comigo, não sei, mas cada internação demorou de três a seis meses em clínicas pagas.Hoje, passo por psiquiatra e psicólogo. Tenho apenas 14 dentes na boca, os outros foram destruídos pelas drogas. Terminei o ensino médio faz doiis anos, cursando o Supletivo. Tenho Diabete e com droga contraí Hepatite, que me causa dor de cabeça, insônia e torna minha pele ressecada. Causei muito sofrimento aos meus pais. Minha mãe teve infarto; meu pai, Mal de Alzheimer.”
Mães Nunca Desistem
Na campanha “São Paulo contra as drogas” vamos levar às escolas mães com filhos dependentes de drogas para descreverem as consequências para a família. Aqui, três dos 10 depoimentos publicados no livro “Guerra pela vida- A campanha da Jovem Pan contra as drogas”. Mães pediram para não serem citados seus nomes:
“Drogas mataram meu filho”, chora S.G, mãe de rapaz morto aos 29 anos”
”O que matou meu filho foram as drogas. Ele tinha 29 anos e estava há oito meses internado numa UTI. Meu filho começou usando drogas aos 13 anos. Mas eu e marido só viemos a saber quando ele tinha 19. Dos 13 aos 19 anos passou desapercebido para nós. Naquela época, era tabu. Pouco se falava. Sabe como eu fiquei sabendo? Ele me chamou no quarto dele e me disse: ‘as paredes estão se fechando, mãe, eu vou morrer sufocado!’ Desesperada, eu perguntava: o que aconteceu, filho? Ele abria os braços pedindo socorro. E gritava: ‘eu estou no uso de drogas, mãe, me dá droga, mãe!’Naquele instante, entrei em desespero . A primeira coisa que fiz foi levar meu filho pro médico. No médico, ele disse, eu só uso maconha. Depois, os amigos me contaram que ele usava todas as drogas. Eu não entendia essa doença, a dependência de drogas. Chamávamos o 190 constantemente porque ele me agredia com tapas. Um dia, jogou um sofá contra o pai. Ele machucava a gente. Foram oito meses em duas UTIs, cheio de tubos, não falava mais, e quando eu falava com ele, ele virava os olhos pra mim e chorava. Foi preciso traqueostomia, furo na garganta para ele respirar, e ele chorava. Passados oito meses, eu ia trazer o meu filho pra casa em estado vegetativo—ele não saía mais da cama. ele faleceu na UTI, antes de voltar para casa, foi triste, muito triste.”
“Lutei cinco anos para recuperar meu filho”, conta professora de São Paulo
“Lutei cinco anos para recuperar meu filho”,revela M.P ,viúva que ficou muito doente com feridas na boca e na pele “Mãe,eu tô fumando maconha com o meu grupo e a gente fez um pacto: a gente só vai fica na maconha, tá , mãe?”.A mãe, parada na sala, com o coração disparado, ficou olhando para o filho de 13 anos sem acreditar que aquilo estava acontecendo na sua casa. Professora, mantinha três empregos para oferecer ao único filho boa casa, escola de qualidade, boas roupas e tudo que ele precisasse. “Foi como se o chão estivesse afundando. Fiquei desesperada porque sabia,já tinha lido sobre os efeitos da maconha. Eu não queria esta desgraça na minha família. Naquele momento, começava uma grande transformação na minha vida. Pedi demissão em dois dos meus três empregos para poder me dedicar ao meu filho, lutando pela sua recuperação. Fui obrigada a fazer muitos cortes em nossas despesas, chorei muito, fiquei muitas noites acordada porque meu filho chegava de madrugada. Ele não queria mais estudar. Começamos a brigar muito. Depois da maconha, meu filho experimentou cocaína junto com todos os colegas que acreditavam que iriam ficar só na maconha. Cinco anos depois, conheci o AMOR EXIGENTE, formado por pais que também haviam enfrentado o mesmo sofrimento, sendo acolhida, amparada, compreendida e a cada dia fortalecida na minha decisão de salvar meu filho. E meu filho foi o único no seu grupo que conseguiu recuperação. Mas quando meu filho parou o suo de drogas, o estresse acumulado me causou uma doença que abria feridas na boca e na pele. Doença incurável, chamada Pênfigo, mas com tratamento, que se prolongou por mais cinco anos.”
“Eu e meu marido ficamos muito doentes com a dependência de drogas pelo meu filho”
“Meu filho usou drogas até os 19 anos. Bebida, maconha, cocaína e crack. Foi preso por assalto. Cumpriu pena no CDP de Pinheiros, na zona Oeste de São Paulo.Eu choro o dia inteiro e preciso de muito remédio para amenizar minha forte depressão.Meu marido, ficou muito doente com feridas nos braços e no corpo. Ele também sofre de hipertensão e, por todo o nervoso que já passou, teve paralisia facial.” Casal de classe média que encontrou equilíbrio, entendimento da doença e forças para enfrentar a doença do filho no AMOR EXIGENTE: “O Amor Exigente salvou nossas vidas, nos resgatou de um total desequilíbrio, nos acolheu, orientou, ensinou sobre a doença e nos fortalece , a cada dia, para enfrentar o pesadelo que a maconha causou ao nosso filho e às nossas vidas.