Saúde Mental da População Negra é tema de encontro e palestras na Secretaria da Justiça

Evento reuniu especialistas no Auditório Espaço de Cidadania André Franco Montoro”, da SJC, ainda no Mês da Consciência Negra

A Secretaria da Justiça e Cidadania, por meio da Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN) e do Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI), realizou, na segunda-feira (27/11), o evento “Enfrentamento ao racismo como estratégia de promoção à saúde mental da população negra: exercício da cidadania plena”, na sede da Pasta, no Páteo do Colégio.

A ação ocorreu em alusão ao mês da consciência negra, novembro, dedicado a alertar e sensibilizar a população sobre o enfrentamento à discriminação racial e à desigualdade social

Na abertura do evento, após a execução ao vivo do Hino Nacional e do Hino à Negritude, pela cantora Rafaela Oliveira, Rafa Shiver, a coordenadora do CRAVI, Luane Natale, ressaltou que “de acordo com pesquisa sobre Racismo Estrutural e Segurança Pública, nas últimas duas décadas mais de 700 mil pessoas negras foram assassinadas no Brasil. Diante desse cenário, não há caminho possível sem a educação. Por isso, eventos como este, que discutem direitos humanos, são importantes para entendermos que precisamos de ações antirracistas para que não sejamos violadores de direitos”.

“Não dá mais para fazer aquele discurso de que o Brasil é o país do futuro: o futuro é hoje, não é mais possível adiar!, afirmou, na ocasião, Raul Christiano, secretário executivo da Justiça e Cidadania.  “Vejo com muito otimismo este encontro, no mês da Consciência Negra, que marca o enfrentamento ao racismo. As aproximadamente cem pessoas que estão aqui, com as ferramentas tecnológicas que temos hoje, podem se tornar milhões! Que todos continuemos mobilizados por essa causa”, concluiu o secretário.

O coordenador de Políticas para a População Negra, Robson Ferreira, um dos organizadores do encontro, destacou que o evento fecha as ações da Pasta no mês da Consciência Negra e aborda um tema muito sensível, que é saúde mental da população negra. “Sabemos que são anos e anos de discriminação, de preconceito, de violência e isso mata aos poucos nossa população. O debate de hoje nos mostra que ainda precisamos avançar muito em políticas públicas sociais, e principalmente de saúde”, disse Ferreira.

Após os pronunciamentos, a palestrante Merllin de Souza, fisioterapeuta pela Universidade Federal do Amazonas, mestra e doutoranda pela Faculdade de Medicina da USP e pesquisadora antirracista, apresentou dados da Iª Conferência de Saúde Mental, e ressaltou que o Sistema de Saúde integral da População Negra precisa ser revisto e fortalecido.

 

Já Carlo Marcio Santana do Espírito Santo, psicanalista pelo Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP São Paulo), abordou a saúde mental da população negra do ponto de vista psicanalítico. “Quando falamos de saúde mental da população negra, temos que falar também em cuidar da alma, do espírito, das emoções. O povo negro traz, em seu interior, o sofrimento causado pela cor da sua pele, devido aos resquícios da escravidão e ao racismo velado que ainda existe no Brasil. A escuta, nesses casos, faz a diferença para aliviar dores, e é preciso trabalharmos a autoestima dessa população e sua integração social.

Também abrilhantaram o evento o Presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, Gil Marcos Clarindo dos Santos; o Prefeito de Adamantina, Márcio Cardim, representantes do SEBRAE, psicólogos e servidores da SJC.

 

 

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