Nova gestão do IPEM investe em remodelação de processos e disseminação do conhecimento
Criar um modelo de gestão ágil e eficiente, a partir da radiografia dos processos produtivos, e criar um ambiente de constante evolução são os desafios apontados pelo novo superintendente do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (IPEM), Ricardo Gambaroni.
“O desafio é grande, notadamente porque temos muitas frentes de atuação no IPEM”, diz Gambaroni, ex-comandante geral da Polícia Militar e formado em Direito. Ele se refere aos mais de 600 tipos de produtos que o órgão fiscaliza por delegação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). As verificações são feitas em produtos cuja certificação é compulsória (brinquedos, capacetes, preservativos, extintores, lâmpadas etc), além de instrumentos de medir, como taxímetros, radares, tacógrafos, etilômetros (bafômetros), radares, termômetros clínicos, medidores de pressão arterial, balanças rodoviárias e balanças industriais, bem como em caminhões-tanques e produtos cuja quantidade é determinada sem a presença do consumidor (pré-medidos).
“A atuação do IPEM zela pela saúde pública, como é o caso de preservativos, chupetas, mamadeiras, carrinhos de bebê, berços; pela segurança (botijões de gás, capacetes e equipamento de combate a incêndio, vans escolares), pelo meio ambiente (caminhões-tanque) e pelo direito do consumidor de efetivamente levar para casa produtos de qualidade e com a quantidade real pela qual está pagando”, destaca o superintendente. “Litro é litro, quilo é quilo, metro é metro”, sentencia.
Segundo ele, o momento é de definir áreas de atuação e solidificar o trabalho do IPEM, estruturando sistemas, melhorando os processos, observando rigorosamente as regras de segurança do trabalho, inovando, criando um ambiente de evolução, formando e disseminando conhecimento. “Temos de estar atentos à evolução tecnológica, às novidades do mercado, e observar as experiências externas para que o órgão nunca fique defasado”, anuncia.
O investimento em tecnologia, explica, é fundamental inclusive para fazer frente aos modernos dispositivos eletrônicos, cada vez mais sofisticados, que são implantados em bombas de combustíveis para a prática de fraude volumétrica, na qual o posto abastece no veículo quantidade menor de combustível do que o consumidor está efetivamente pagando.
O IPEM mantém o Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologia Antifraudes, o único no País deste gênero e onde são realizadas perícias no material coletado pelas equipes de fiscalização, com emissão de laudos, essenciais para que a Secretaria da Fazenda proceda à cassação do cadastro no ICMS do posto fraudador.
A fiscalização é constante. Somente em 2018, durante as ações de rotina, o IPEM fiscalizou 8.136 postos de combustíveis no estado. Foram verificadas 125.379 bombas de combustíveis com 7.486 reprovações. Na Operação Especial “Olhos de Lince”, criada em 2016, foram fiscalizados no ano passado 329 postos de combustíveis, verificaram 4.463 bombas e 595 foram reprovadas. No total, foram apreendidos 125 placas, 104 pulsers, e 7 fiações, equipamentos utilizados em fraude metrológica.
Além disso, o IPEM fiscalizou 4 milhões de hidrômetros, 1 milhão de medidores de pressão, 500 mil balanças e 630 mil cronatógrafos instalados em ônibus, caminhões e vans escolares. O instituto também aferiu 100% dos taxímetros da frota de 60 mil taxis em operação no estado.
Para essa atuação, o IPEM tem 4 regionais na capital e 14 regionais no interior e no litoral. No total, são 700 funcionários.
O objetivo, agora, é avançar na metrologia de equipamentos de extração de petróleo, gás e óleo. O IPEM já faz esse trabalho, em condições técnicas de alta complexidade porque são equipamentos instalados em plataformas marítimas instaladas a 200 km ou 300 km da costa, nas quais a extração é feita a altíssima pressão. “São Paulo está entre os três maiores estados produtores de petróleo, gás e óleo no País e aferição do volume extraído dos poços é muito importante, por exemplo, para a definição do valor dos royalties”, explica Gambaroni. “Hoje temos técnicos fazendo inspeção inicial em equipamentos de grande porte fora do País e vamos investir nessa expertise por se tratar de uma área estratégica para o Brasil”.
PATRIMÔNIO
Para o superintendente do IPEM, o maior patrimônio do Instituto – órgão vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania -, é formado pelo seu quadro de funcionários e pelo conhecimento que a instituição detém. “O que gera a credibilidade do IPEM perante a sociedade é esse conhecimento, baseado na qualidade das pessoas que estão aqui e na experiência acumulada por esses profissionais dedicados e competentes”, afirma Gambaroni. “Mas nossa missão a médio e longo prazo é garantir que esse conhecimento seja disseminado, transmitido e amplificado”, acrescenta, anunciando que o órgão deverá abrir concurso para a contratação de metrologistas para reforçar o quadro, renovando-o de forma progressiva e contínua.
Sobre a filosofia que pretende implantar, Gambaroni é claro. “É muito importante que cada um saiba da importância do seu trabalho. Cada um é fundamental dentro de sua área de comprometimento”, observa.
“Nosso grande objetivo é dar um passo a mais, em termos de gestão. O IPEM é um órgão exemplar, mas pode ser melhorado, com transparência, efetividade, economicidade e eficiência”, destaca Ricardo Gambaroni. “Nosso compromisso é com a sociedade. Temos de garantir, em nossa área de atuação, qualidade de vida para as pessoas”.
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