Aconteceu! Uma relação sexual sem prevenção resultou na gravidez e nascimento do bebê. Conheça histórias reais de pessoas que passaram por essa experiência e como isto impactou nas suas vidas.

O que tiveram de abrir mão? O que aconteceu quando a família soube? Tiveram medo? Confira:

Beatriz

Brasileira nascida em Itapeva, no interior paulista, Beatriz (nome fictício) tem 15 anos e engravidou do segundo namorado, um jovem de 19 anos que trabalhava como pintor. O rapaz assumiu a paternidade. Saiu com ele após o primeiro namorado a traí-la, embora assegure que sempre amou o pai da sua filha desde quando tinha sete anos de idade.

Por causa da gravidez e com receio de que pudesse sofrer algum tipo de acidente no ambiente escolar, ela deixou a escola pública municipal onde estudava o 8º ano do Ensino Fundamental.

Sua primeira menstruação, a menarca, aconteceu quando tinha 13 anos. Chegou a viver com o pai e a mãe. Por causa das brigas ocorridas entre eles, uma vez presenciou uma tentativa de esganadura da mãe pelo pai – que só não se concluiu porque Beatriz interveio. Algum tempo depois, com os pais separados, viveu com a mãe e o novo companheiro dela, mas resolveu voltar a morar com a avó.

Beatriz também conta que sofreu duas tentativas de estupro por parte de um tio e um ex-namorado. Hoje, com a filha e convivendo com o pai dela, sonha em retornar aos estudos.

Fonte: Maternidade e adolescência: histórias de adolescentes grávidas e mães do Brasil, Portugal e Guiné. Organizadores: Albertina Duarte Takiuti, Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo e Rui Alexandre Paquete Paixão. São Paulo: Gênio Criador, 2019

Débora

Também nascida em Itapeva, no interior paulista, Débora (nome fictício) está com 18 anos e tem dois filhos. De uma família numerosa, com seis irmãos, viveu com a mãe e diferentes padrastos ao longo da infância e início da adolescência, mudando periodicamente de residência – em geral, casas sem saneamento básico.

Sua primeira relação sexual aconteceu aos 13 anos e, desde então, teve três parceiros, sendo que dois deles são os pais de cada um de seus filhos.

A primeira gravidez não foi planejada – não teve uso de preservativo. Como tinha vergonha de pegar camisinha no posto de saúde e esquecia de tomar a pílula, acabou engravidando. Na época já morava com o então companheiro e descobriu a gestação no 3º mês.

Na segunda gravidez, escondeu o estado do novo companheiro, que era envolvido com o tráfico de drogas. Só foi descobrir quando Débora estava no 4º mês da gestação. Ela diz que ele ficou bravo por não ter contado antes. Hoje, tem contato apenas com o pai do seu primeiro filho.

A jovem estudou até o 2º ano do Ensino Médio. Apesar da gravidez, não parou os estudos, só que relata ter baixa autoestima. Sobre o futuro, deseja terminar os estudos, trabalhar e oferecer uma vida melhor aos filhos.

Fonte: Maternidade e adolescência: histórias de adolescentes grávidas e mães do Brasil, Portugal e Guiné. Organizadores: Albertina Duarte Takiuti, Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo e Rui Alexandre Paquete Paixão. São Paulo: Gênio Criador, 2019

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