CRAVI promove o debate “Os Impactos e Desdobramentos do Feminicídio na Sociedade Brasileira”

Evento contou com a participação de profissionais reconhecidas por seu comprometimento com a defesa dos direitos das mulheres

 

O Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI), da Secretaria da Justiça e Cidadania (SJC), promoveu na quinta-feira (21) o debate “Os Impactos e Desdobramentos do Feminicídio na Sociedade Brasileira”.

O evento ocorreu no Auditório Espaço da Cidadania “André Franco Montoro”, na sede da SJC, marcando a volta das atividades do CRAVI direcionadas à educação em direitos humanos e prevenção à violência.

Em alusão ao Mês da Mulher, celebrado em março, o debate contou com a participação de cinco profissionais reconhecidas por seu comprometimento com a defesa dos direitos das mulheres: Renata Sette, Juliana Tucunduva, Patrícia Bento Meireles da Cruz, Paula Sant’Anna Machado de Souza e Jamila Jorge Ferrari.

Na abertura, a coordenadora do programa, Luane Natalle, e a assistente social, Simeia Ivo, falaram sobre o atendimento realizado no estado de São Paulo pelo CRAVI, em suas nove unidades, de apoio psicológico, social e jurídico às vítimas diretas e indiretas de crimes contra a vida – em sua maioria mulheres.

Priscila Martins, psicóloga do programa, lembrou de um dos casos mais emblemáticos atendidos pelo CRAVI Sede, em 2016, em que uma criança de três anos de idade, cuja mãe foi vítima de feminicídio, chegou até ela traumatizada por ter presenciado o crime cometido pelo pai.

Em seguida, foi exibido o teaser do documentário “Ela não volta”, dirigido pela roteirista, pesquisadora e produtora Renata Sette. Com relatos de vítimas indiretas, o documentário revela o ciclo da violência, expondo o padrão de agressões que precedem o feminicídio.

Dra. Jamila Jorge Ferrari, delegada de polícia e coordenadora das delegacias de polícia de Defesa da Mulher do Estado de São Paulo, abordou a importância da medida protetiva. Segundo ela, o objetivo é salvar a vítima de uma violência mais grave. Ao menor sinal, a vítima deve buscar a ajuda de familiares, amigos e principalmente do estado.

A psicóloga Patrícia Bento Meireles da Cruz falou sobre a Casa da Mulher 25 de Março, da qual é representante. O serviço acolhe mulheres vítimas de violência, maiores de 18 anos, por meio da parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Localizada no bairro da Barra Funda, na capital, a casa conta com assistente social, psicóloga e advogada.

Defensora pública e coordenadora auxiliar do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM), dra. Paula Sant´Anna Machado de Souza, que também atende mulheres vítimas de violência, diz que o feminicídio é a ponta de um iceberg. Muitas vezes a vítima procura ajuda, mas é responsabilizada e desacreditada pela sociedade.

Juliana Tucunduva, promotora de Justiça da Casa da Mulher Brasileira, também falou sobre como as mulheres são invalidadas pela sociedade enquanto a violência é normalizada. “Mulheres são mortas pelo simples fato de serem mulheres, deixando milhares de crianças órfãs em nosso país”, frisou a promotora. “A gente precisa compreender o que é ser mulher na nossa sociedade, entender que a violência não se encerra com o feminicídio”, completou. 

O conteúdo do debate “Os Impactos e Desdobramentos do Feminicídio na Sociedade Brasileira” pode ser acessado na íntegra no canal da Secretaria da Justiça e Cidadania no Youtube, por meio do link 

 

Governo do Estado de SP