Coordenação de Políticas para a Mulher promove debate sobre a Cultura do Trote

O secretário de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, Márcio Fernando Elias Rosa, participou do encontro promovido pela Coordenação de Políticas para a Mulher, realizado nesta terça-feira (16/05) no Espaço da Cidadania, na sede da Secretaria da Justiça, para discutir a “Desconstrução da Cultura Trotista”.

De acordo com pesquisa realizada por Juliana Cristina Marin, em 2008, enquanto 80,6% das mulheres entrevistadas sofreram algum constrangimento durante o trote universitário, apenas 50,6% dos homens relataram o mesmo sentimento na entrevista.

Já a pesquisa “Violência contra a mulher no ambiente universitário do Instituto Avon/Data Popular”, de 2015, apontou que 67% das entrevistadas reconhecem que foram submetidas a algum tipo de violência no ambiente universitário.

“Quando você interfere na autonomia da pessoa para fazer dela um objeto da sua predileção, é um passo para a violência física, sexual ou de outro gênero”, afirmou o secretário da Justiça ao esclarecer que músicas degradantes, cortes de cabelo e obrigar o pedido de dinheiro pelas ruas são formas dissimuladas de violência.

O secretário da Justiça sugeriu que diretores das universidade oficializem e fiscalizem o trote, apresentando um calendário e ações programadas para o período. “É necessário institucionalizar para poder fiscalizar e punir a negligência.”

A coordenadora de Políticas para a Mulher, Albertina Duarte, salientou que o encontro se propõe a “questionar a atual conjuntura das relações interpessoais no meio universitário, repudiar as violências reproduzidas em nome da “tradição” e da “integração” e propor atitudes para desconstruir a cultura trotista”.

 

Boas Práticas para Desconstrução do Trote

1.) A Universidade deve se responsabilizar pelo acolhimento aos alunos e portanto averiguar as ações de violência;

2.) A universidade deve promover atos, oficinas, palestras de desconstrução do Trote;

3.) Cada vez que houver um Ato de Violência deve-se paras as aulas por no mínimo 72 horas a uma semana para discutir e conscientizar sobre o ato de violência;

4.) As normas sobre o acolhimento deve ser discutido também com os familiares dos alunos;

5.) Criar mecanismos agir/ ouvidoria/ disque trote 11 3223-8477 para que sejam denunciados atos que são considerados de violência;

6.) Criar condições os grupos acolhedores possam ser fortalecidos e integrados às atividades institucionais em educação continuada.

 

Estiveram presentes no encontro, a coordenadora geral de apoio aos Programas de Defesa da Cidadania, Deborah Malheiros; a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/SP, Katia Boulos; e representantes da USP, Santa Marcelina, UNESP, Fundação Escola de Sociologia Política de São Paulo, Santa Casa, USP Mulheres, UNIP, UNICAMP e Núcleo de Violência da USP.

 

 

 

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