CIC do Imigrante promove ação social para refugiados e imigrantes

  

Para celebrar o Dia Mundial do Refugiado, comemorado em 20 de junho, o Centro de Integração da Cidadania (CIC) do Imigrante, programa da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, promoveu na quarta-feira (21/06) atividades na áreas da beleza, da gastronomia e das artes para refugiados e imigrantes. A ação aconteceu das 13h às 17h no próprio CIC, localizado na Rua Barra Funda, nº 1020, na capital.

O CIC promove regularmente cursos de panificação com o objetivo de capacitar imigrantes e refugiados para o mercado de trabalho. Nesta edição, as atividades tiveram início com uma oficina de pão sírio. Um dos alunos do curso, o nigeriano Nicholas Obetta Onyh, 53 anos, que está no Brasil há 3 anos, acredita que a capacitação poderá ajudá-lo a ingressar no mercado de trabalho. “Eu vim ao CIC procurar emprego e fiquei sabendo do curso. No meu país eu tinha um restaurante. Eu gosto de cozinhar. Espero que com o curso eu possa trabalhar em padaria.”

Na sequência, o imigrante peruano, Javier Ballón Suarez, 34 anos, há dois anos no país, ensinou um prato típico da culinária do seu país, o Cheviche”, feito com peixe (San Piter ou Tilápia) cru, marinado em suco de limão, sal, cebola e um pouco de pimenta. Para acompanhar o prato, batata doce e milho verde. Javier também ensinou a preparar “Titcha Mora”, um suco de milho roxo, feito com casca de abacaxi, canela e açúcar. “A culinária peruana é muito apreciada pelos brasileiros. Eu tenho ministrado alguns cursos e em breve pretendo abrir meu restaurante”, contou Suarez.

Outro parceiro do CIC, o Instituto Mensageiros, levou alunos do curso de gastronomia para participar das oficinas. O grupo é formado por 10 jovens de diferentes países: Angola, Haiti, Congo e Camarões, com idade entre 18 e 22 anos.

Mamud Basrry, 20 anos, da República do Guiné, está no Brasil há seis meses, concluiu o ensino médio em seu país e aproveitou para fazer cadastro no programa Jovem Aprendiz. “O curso termina em duas semanas e eu estou ansioso para trabalhar e fazer uma faculdade”, disse ele. “Aqui no Brasil as pessoas são muito receptivas, eu não tive dificuldade em aprender o português devido à similaridade com o francês, língua nativa do meu país. Espero ter um bom futuro aqui”, comentou Basrry.

  

Por meio da Casa de Passagem Terra Nova, um equipamento do Governo do Estado de São Paulo que acolhe refugiados, algumas mulheres que residem na casa apresentaram trabalhos artesanais, utilizando a Arpilera, técnica de bordado chilena, na qual as alunas retratam suas memórias. Os materiais utilizados são juta e retalhos e duram em média três meses.

Segundo a artista plástica Adriana Nalim, que ministra as aulas, as estudantes são estimuladas a colocar na tela algo que tenha marcado suas vidas. A professora lembrou a história de uma aluna, Sara, que confeccionou um painel retratando um internato. “No Congo, a educação é precária, e quem vai para o internato tem uma educação melhor. Depois eu soube que o sonho da vida dela era estudar nesse internato. Infelizmente o sonho de Sara ficou só na tela”, lamentou.

  

Alunas do curso de estética do Centro de Educação São José, que fica no bairro de Santana, zona norte da capital, também participaram da ação e ofereceram serviços de limpeza de pele e corte de cabelo. De acordo com a freira Maria Sizílio, a instituição realiza cursos na área da beleza (cabelereiros, estética, moda, manicure, pedicure e trança afro) e de corte e costura para refugiados. “Nós temos uma parceria com a Caritas Arquidiocesana de São Paulo há dois anos, e o trabalho é muito gratificante. A maioria das mulheres são do Congo e de Angola. Elas se sentem em paz aqui no Brasil, podem andar nas ruas, estudar, trabalhar”, explicou Maria Sizílio.

O congolês Mondial Agana, 43 anos, casado, pai de três crianças, foi ao CIC para fazer cadastro de emprego e aproveitou para cortar o cabelo. “Estou no Brasil há quatro anos e arrumei um emprego por meio do CIC. Trabalhei por dois anos e sete meses em uma empresa do ramo de alimentos e quatro meses em uma rede de supermercados. Agora estou desempregado. Hoje fiquei sabendo do curso de panificação e fiz minha inscrição para a próxima turma. Espero arrumar um emprego logo”.

  

Segundo a diretora do CIC Silvana Pereira, o posto atendeu, em 2015, mais de 1.400 pessoas, a maioria de haitianos, homens, com idade entre 19 e 59 anos. Em 2016, foram 4.036 atendimentos. Em 2017, já beneficiou 1.759.

Os serviços oferecidos pelo CIC são: orientação para emissão de documentos, CPF e Carteira de Trabalho, agendamento para emissão de carteira de trabalho, orientação para acesso a serviços públicos de saúde, educação e justiça. O CIC faz cadastramento e encaminhamento para vagas de emprego por meio do Centro de Apoio ao Trabalhador (CAT) e realiza cursos de português, de panificação e de jardinagem. Além desses serviços, o CIC também promove a integração dos imigrantes por meio da Jornadas da Cidadania.

Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania

Assessoria de Comunicação

 

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