Cerimônia celebra 20 anos de criação do CRAVI

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Uma cerimônia realizada nesta terça-feira (04/12) no auditório do Espaço da Cidadania “André Franco Montoro” celebrou os 20 anos de criação do Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI), programa da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.

Desde o início de suas atividades, em julho de 1998, o CRAVI oferece atendimento público e gratuito a vítimas, e seus familiares, de crimes violentos como homicídio e latrocínio. O programa acolhe as vítimas e oferece orientação jurídica, faz seu encaminhamento para a rede de serviços públicos ou a direciona para o tratamento no próprio centro ou nas instituições parceiras do programa, disponibilizando espaço sigiloso e acolhedor para apoiar, escutar e cuidar do sofrimento causado pela violência.

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O Centro foi inaugurado gestão do então secretário da Justiça, Belisário dos Santos Junior, e do então secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori (depois ministro da Justiça) , ambos presentes à cerimônia, na qual o secretário da Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, destacou o papel do CRAVI para a cidadania e a concretização dos direitos humanos.

“Não se constrói uma sociedade livre, justa e igualitária sem respeito aos direitos humanos”, afirmou. “O País tem de se organizar a partir da dignidade humana”, continuou, citando um “pacto ético”, a partir do qual a expressão maior seja o respeito “à vida com dignidade em todas as circunstâncias e em qualquer contexto”.

Márcio Elias Rosa também lembrou que o CRAVI realizou mais de 37 mil atendimentos e já capacitou mais de 3.500 profissionais em sua história.

Titular da Secretaria da Justiça quando o CRAVI foi criado, o advogado Belizário dos Santos Junior destacou o esforço do então governador Mário Covas na concretização da iniciativa. “O governador nos disse: vamos dar atenção a quem nunca teve atenção, as vítimas”, contou.

Segundo Belizário, o Centro foi concebido pela necessidade básica de igualdade e informação, constituindo-se, ao longo do tempo, em referência para garantir às vítimas atendimento jurídico, psicológico e social, mediante atuação multidisciplinar que envolve várias secretarias de Estado, Procuradoria-Geral do Estado, universidades e terceiro setor. “O CRAVI é a solidariedade do vizinho, mas que vem do Estado; é o poder público atuando para repor a vítima à situação anterior àquela provada pelo ato violento, restaurando-lhe a dignidade”, acrescentou.

Para o ex-ministro da Justiça José Gregori, o CRAVI, constituído quando ele ocupava a Secretaria Nacional de Direitos Humanos no governo Fernando Henrique Cardoso, aperfeiçoou o Plano Nacional de Direitos Humanos, lançado em 1997. “O CRAVI, como ramificação do PNDH, que se transformou em paradigma mundial, foi uma ramificação enriquecedora, porque faltava o atendimento à vítima de violência, e nesses 20 anos só fez servir à população”, sublinhou.

José Gregori também enfatizou a importância do respeito aos direitos humanos. “Os direitos humanos não podem ser tratados como subtema porque são a regra pela qual se mede tudo”, concluiu.

Na sequência, houve vários painéis. No primeiro, com o tema “Triagens, Oficinas e Grupos”, os estagiários do CRAVI Débora Fiel Pires e Natália Sônia da Silva (Psicologia) e Diego Antonio Coelho (Direito), abordaram o processo de triagem, que consiste na coleta de dados dos familiares de vítimas de violência que chegam no programa, a análise dos dados e o encaminhamento dos casos que vão permanecer no programa. Os casos que não estão dentro do perfil, são encaminhados para a rede de atendimento: CRAS, CREAS, UBS, Centros de Referência da Mulher e Conselho Tutelar.

Depois, o psicólogo do CRAVI Bruno Fedri, discorreu sobre os “Desafios e Conquistas na Construção de uma Metodologia de Atendimento às Vítimas de Crimes contra a Vida”. O palestrante fez um panorama da criação do Programa até os dias atuais, explicou a criação da metodologia do Programa e suas atualizações; apresentou o perfil das vítimas atendidas, a forma como a equipe multidisciplinar formada por psicólogos, assistentes sociais desenvolvem o trabalho desde a triagem, acolhimento e encaminhamento; e a formação da rede de atendimento e divulgação do programa, coordenado na Secretaria da Justiça por Cristiane Pereira.

No encerramento, as psicólogas Luanda Avedissian e Priscila D’Auria abordaram o tema “Desdobramentos dos contatos das Vítimas de Violência Doméstica após as Audiências de Custódia”. As técnicas apresentaram o perfil das vítimas (idade, escolaridade, etnia), explicaram o significado de audiências de custódia, a forma como são transmitidos, por telefone, os resultados das audiências de custódia para as vítimas –  entre eles a aplicação de medida protetiva, a concessão de liberdade provisória e o afastamento do lar- e relataram casos de mulheres atendidas pelo programa.

A cerimônia teve também a exibição de um vídeo sobre o CRAVI e com a exposição “Onde está sua voz”, da artista e psicanalista Audrey Landell, junto a mulheres que passaram por violência doméstica e que encontraram auxílio na Casa Eliane de Grammont – primeiro serviço municipal do país a oferecer atendimento integral às mulheres em situações de violência doméstica.

 

 

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