Ato religioso encerra festividades em homenagem à consciência negra

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Por ocasião do mês de festividades da Consciência Negra, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania convidou sacerdotes de diferentes credos religiosos para um ato no interior de um de seus prédios sedes. Participaram desse ato realizado na segunda-feira, último dia de novembro, representantes da Igreja Católica, Evangélica e de religiões de matrizes africanas, o Candomblé e a Umbanda.

O ato religioso foi aberto pelo secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania, Aloísio de Toledo César. “Todos sabemos que o Estado é laico, mas cada um de nós tem a sua religião e isso deve ser respeitado. O direito à religião é de todos”, afirmou o secretário, que lembrou que o Estado de São Paulo pune discriminações de origem racial e homofóbica, mas que a primeira é pouco acionada por quem se sente discriminado. O secretário exortou a todos os que presenciarem atos discriminatórios racistas que façam suas denúncias à Secretaria.

Padre Ênio representou a Igreja Católica. Em seu sermão, ele saudou aos que trabalham em repartições públicas e a todos de religiões diferentes. O padre lembrou Zumbi dos Palmares que com o seu exemplo no Quilombo dos Palmares “criou o princípio de uma república em que todos têm que ter os seus direitos respeitados”. Padre Ênio recordou outros exemplos de personalidades, como o jornalista e advogado Luiz Gama, feito escravo aos 10 anos e analfabeto até os 17, foi autodidata e defendeu a sua própria liberdade e de outras pessoas e a República. Recentemente, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) concedeu a licença póstuma de advocacia a Gama, que mesmo sem tê-lo em vida apoiou a causa da liberdade dos escravos.

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Em seguida, falou o Babalorixá Pai Francisco que tem seu terreiro no tradicional bairro da Bela Vista, em São Paulo. Ele se declarou “do Candomblé, nordestino e negro” e disse que chegou a capital do Estado em 1979. “Não somos adoradores do diabo, um conceito que não é da Umbanda ou de nenhuma religião de matriz africana, mas usado na Grécia”.  Pai Francisco disse que sua religião é dos adoradores da natureza. “Somos adoradores do mar, da capoeira e da chuva”, declarou, segundo ele, consciente de sua importância para São Paulo por trazer o conceito da diversidade religiosa para o Estado.

O pastor Nivaldo, representante das igrejas evangélicas no ato, citou passagens da Bíblia em várias ocasiões. Ele disse que sua igreja desenvolve diversos projetos sociais. O sacerdote lembrou Zumbi dos Palmares, “guerreiro que lutou pela igualdade”. Nivaldo agradeceu por “as portas de a justiça estarem abertas” e disse que os evangélicos não discriminam as pessoas.

Pai Luiz, representante da Umbanda, protagonizou momentos de intensa confraternização entre os presentes, exortando a todos que se abraçassem. “Para nós, isso tudo tem um significado muito profundo de troca de respeito entre as pessoas”. Pai Luiz entoou um canto em nagô que traduzido significa “ninguém pode tirar o Deus que está em cada um de nós”.

O ato religioso contou ainda com a presença de várias autoridades, como o secretário adjunto da Justiça, Luiz Souto Madureira, o chefe de Gabinete, Luiz Flaviano, o secretário municipal de Igualdade Social, Maurício Pestana, e o presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CPDCN), Marco Antônio Zito Alvarenga. A cerimônia foi encerrada com uma saudação conjunta de todos os sacerdotes.

 

 

 

 

 

Silvano Tarantelli
Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania
Coordenador de Comunicação
Tel.: (11) 3291-2697

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