Adolescentes da Fundação CASA em Araçatuba expõem em Feira de Tecnologia

Se desconsiderar o tabu cultural, os insetos são fonte de grande quantidade de proteína para a alimentação humana e não são poucos os países, fora do eixo europeu, que os utilizam em seus cardápios. A conclusão veio da revisão bibliográfica que três adolescentes que cumprem medida socioeducativa no CASA Araçatuba apresentaram na IX Semana de Tecnologia da Fatec Araçatuba (Sematec) na última quarta-feira (03/05).

Os jovens, de 15 a 17 anos, tiveram seu projeto “Uso de insetos na alimentação humana” selecionado entre 30 participantes, sendo a maioria alunos do Ensino Superior. Dois cursam os 8º e 9º anos do Ensino Fundamental (ciclo II) e 2ª série do Ensino Médio dentro do centro socioeducativo. Na feira, eles apresentaram o pôster com o resumo do trabalho, tiraram dúvidas os visitantes e explicaram o conteúdo, seguindo os passos de qualquer roteiro de exposição de trabalhos de iniciação científica.

Tudo começou no final de março, na sala multiuso durante as aulas de Ciências e Química da professora Andréa Chiaroni, da escola vinculadora E.E. José Augusto Lopes Borges – a mesma docente que em 2017 teve um jovem do CASA Araçá finalista da Feira de Ciências das Escolas Estaduais de São Paulo (FeCEESP) e, em 2016, um adolescente do mesmo centro levou menção honrosa na FeCEESP.

Depois de ver a divulgação da nova edição da Sematec, a professora questionou quais alunos gostariam de participam e os três jovens se interessaram. Entre os 16 temas propostos pela organização, Andréa sugeriu três: alimentos, biocombustíveis e softwares. Depois de começar a ler as referências bibliográficas sugeridas, os rapazes escolheram o uso de insetos na alimentação humana.

“Em todos os continentes encontramos populações que consomem insetos. Mas os europeus e os descendentes de europeus não possuem esse habito. Se pararmos para analisar, são a exceção”, explicou a professora de Ciências e Química.

Em quase um mês de trabalho, a professora pesquisou e selecionou 15 artigos científicos. Cada jovem responsabilizou-se por ler cinco, resumi-los e trocar informações entre o restante da equipe.

No final, os adolescentes entregaram os resumos, feitos com todo o rigor que um resumo científico exige, como referenciar corretamente os autores e apontar a origem das citações, dentre outros. O trabalho foi selecionado e Andréa montou o pôster, usado na apresentação da Semana.

“Se antes da internação eles eram os alunos que evadiam e não se interessavam pela aula, depois desse processo os rapazes se aprimoraram, se envolveram com a pesquisa – antes mesmo da graduação – e fizeram tudo com muita paixão”, conta, orgulhosa, a professora.

“O público fez inúmeras perguntas e as pessoas se surpreendiam ao ver que eles são alunos de uma escola pública dentro da Fundação CASA, além de estarem no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, pois todos os outros participantes cursam o Ensino Superior”, lembrou a coordenadora pedagógica do CASA, Matilde Teodoro.

A evolução dos adolescentes também se traduziu no material que produziram. Leram e compreenderam textos mais complexos; os resumos tinham qualidade na escrita, com uso correto da gramática e da ortografia; e interagiram e conversaram com os participantes e visitantes da semana.

 

 

 

 

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