Empoderamento feminino é tema de seminário no Dia Internacional da Mulher

  

A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, por meio da Coordenação de Políticas para a Mulher, promoveu nesta quinta-feira (08/03) o seminário “Empoderamento das Mulheres Paulistas”. O evento, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, foi realizado no auditório Espaço da Cidadania André Franco Montoro, e teve como objetivo discutir políticas públicas para mulheres no Estado de São Paulo, legislações protetivas, e avanços e conquistas da mulher na sociedade.

O secretário da Pasta, Márcio Fernando Elias Rosa, participou do encontro e citou dados que apontam o Brasil como um dos países em pior posição no ranking de violência contra a mulher no mundo. “A cada duas horas, um homicídio é praticado contra a mulher no território nacional”, lamentou o secretário.

“É necessário superarmos toda e qualquer forma de discriminação, preconceito e exclusão no nosso meio social”, prosseguiu. “É preciso investir em políticas públicas que envolvam educação, saúde, cultura e empregabilidade”, pontuou Márcio Elias Rosa ao salientar que a data comemorativa deve ser também um convite para a reflexão.

O secretário da Justiça afirmou que são muitas as questões que precisam ser apontadas e debatidas. “A exclusão da mulher ao longo da história da humanidade é permeada e associada a outras formas de exclusão, impedimento e obstáculos, como a liberdade de crença, o direito de reunião e de associação, de participação da vida política do Estado, igualdade salarial, ascensão a cargos de comando, crimes sexuais”, finalizou, desejando um dia de celebração e conquistas.

  

A coordenadora de Políticas para a Mulher e organizadora do evento, Albertina Takiuti Duarte, deu início ao seminário desejando “que as mulheres consigam sair dos bastidores, que haja menos desigualdade, mais oportunidade de estudo e de emprego, e que tenhamos uma educação que garanta igualdade de gênero”.

A primeira mesa do seminário teve como expositores a professora Elisa Lucas Rodrigues, coordenadora de Políticas para a População Negra e Indígena, e o jornalista Cássio Rodrigo, coordenador de Políticas para a População LGBT, que falaram do trabalho da Secretaria da Justiça voltados à mulher negra, lésbicas, travestis, transexuais e homens trans. Um dos avanços abordados foi a Lei 14.187/2011, que pune administrativamente a discriminação racial e a garantia administrativa da utilização do nome social para pessoas travestis e transexuais, por meio do decreto 55.588/2010.

  

A abertura do encontro foi presidida pelo chefe de gabinete da Secretaria da Justiça, Leonardo de Moraes Barros. Também participaram da mesa a presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, Maria dos Anjos Hellmeister; a representante da área técnica da saúde da Secretaria da Saúde, Marisa Ferreira da Silva; a representante da Câmara Técnica Interdisciplinar da Mulher do Conselho Regional de Medicina (RCM), Ivete Boulos. A mediação foi de Deborah Malheiros, coordenadora geral de Apoio aos Programas de Defesa da Cidadania da Secretaria da Justiça. Os temas abordados foram avanços e conquistas da mulher na sociedade, tendo como destaques a Lei Maria da Penha e as Delegacias da Mulher.

A segunda mesa contou com a participação de Tatiana Rached, assistente técnica do Centro de Integração da Cidadania (CIC), que abordou os serviços oferecidos pelo programa da Secretaria da Justiça para mulheres que residem em regiões vulneráveis, como Escola de Moda e Beleza; palestras sobre mulheres na política; orçamento doméstico, e atendimento a mulheres vítimas de violência.

Outras especialistas também compuseram a mesa: Gislaine Caresia, coordenadora do Departamento de Políticas para a Mulher da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania; Eunice Aparecida de Jesus Prudente, professora da Faculdade de Direito da USP e Diretora Técnica da Ouvidoria Geral do Estado; Muna Zeyn, do Comitê de Mortalidade Materna e representante da Rede Feminista; Lídia Corrêa, representante da Federação das Mulheres Paulistas; Ana Paula Zother, procuradora e consultora da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), que na ocasião representou Kátia Boulos, presidente da Comissão Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e Fabíola Sucasas, promotora de Justiça. A médica e coordenadora de Políticas para a Mulher, Albertina Takiuti, mediou os trabalhos.

A violência contra a mulher, a violência doméstica, o abuso sexual, o feminicídio, o casamento infantil, a falta de acesso aos equipamentos de saúde, a maior participação da mulher na política, a prevenção à violência de gênero, o homicídio por questão de gênero, o tráfico de mulheres para fim de exploração sexual, o turismo sexual, o estupro coletivo, os direitos previdenciários e trabalhistas, e o bullying foram alguns dos temas debatidos.

No final dos debates houve a apresentação musical da cantora Heloísa Lucas, que cantou clássicos da MPB. No Pátio do Colégio, o grupo Caravana do Sol fez apresentações de danças ciganas.

 

Sobre o dia 8 de março

O Dia Internacional da Mulher é celebrado no dia 8 de março.

A ideia de criar o Dia da Mulher surgiu no final do século XIX e início do século XX nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas femininas por melhores condições de vida e trabalho, e pelo direito de voto.

O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória de uma greve, realizada no ano anterior, que mobilizou as operárias na indústria do vestuário de Nova York contra as más condições de trabalho.

Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhague, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada a proposta, apresentada pela socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um Dia Internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.

No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

No início de 1917, na Rússia, ocorreram manifestações de trabalhadoras por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial.

Os protestos foram brutalmente reprimidos, precipitando o início da Revolução de 1917. A data da principal manifestação, 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), foi instituída como Dia Internacional da Mulher pelo movimento internacional socialista.

Na década de 1970, o ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e o dia 8 de março foi adotado como o Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, tendo como objetivo lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, econômicas ou políticas.

 

 

 

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