CIC do Imigrante forma segunda turma do curso de panificação

  

O Centro de Integração da Cidadania do Imigrante (CIC), programa da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, realizou nesta quinta-feira (05/07) a formatura da segunda turma do projeto “Padaria-Escola”, desenvolvido em parceria com a Sociedade Pró-Moradia São Vicente de Paulo com o objetivo de capacitar imigrantes e refugiados para o mercado de trabalho.

O curso, gratuito e com aulas iniciadas em abril, teve a duração de dois meses e contou com a participação de imigrantes da Nigéria, da República Democrática do Congo, do Peru, da Bolívia e da República Togolesa. As aulas, teóricas e práticas, aconteceram de segunda de segunda a sexta-feira em dois períodos: manhã (08h30 às 11h30) e tarde (13h30 às 16h30).

Dez imigrantes concluíram o curso de panificação, realizado no próprio CIC, localizado na Barra Funda, em São Paulo, e ministrado pelo panificador Ronildo Luiz da Silva. Os alunos aprenderam a fazer diversos tipos de pães: francês, de hambúrguer, de cachorro-quente, de leite, bisnaga, de banha e baguete. Embora o CIC do Imigrante seja voltado especificamente para essa população, alunos brasileiros também participaram da capacitação.

Única mulher entre os formandos dessa turma, a congolesa Claudine Shindany, de 35 anos, resolveu fazer o curso para ter conhecimento em outra área. “O aprendizado nunca acaba, a gente sempre aprende alguma coisa. Vou fazer pão na minha casa, é uma forma de fazer economia”, disse. Claudine é jornalista e o seu diploma foi reconhecido no Brasil. Tem um programa na Rádio Migrante, na Missão Paz, e também trabalha como agente cultural em um projeto desenvolvido pela Secretaria da Cultura, ensinando crianças por meio de atividades lúdicas.

Outro imigrante que aproveitou a oportunidade para aprender uma nova profissão foi o angolano Jacinto Alfredo Bernardo, de 36 anos, que soube do curso por meio de amigos. “Foi uma experiência muito exitosa. Fiz vários amigos, conheci um pouco de outras culturas. Gostei muito. Não sabemos o dia de amanhã, por isso temos que aproveitar as oportunidades que aparecem”, disse. Jacinto está no Brasil há sete anos. Cursou a Faculdade de Letras em Angola e no Brasil fez sociologia. Agora pretende fazer mestrado em Licenciatura. Trabalha como professor de idiomas (inglês, francês e português).

Já Justo Eduardo, boliviano, de 45 anos, veio para o Brasil em busca de emprego. Viu em uma avenida o cartaz sobre curso de panificação promovido pelo CIC e se interessou. “Eu trabalho em uma padaria como atendente. Com a capacitação eu adquiri experiência, aprendi várias coisas, e já posso trabalhar como padeiro”.  Na Bolívia, Justo tinha um comércio, mas teve que fechá-lo devido à falta de recursos.

  

Para a diretora do CIC, Silvana Paula Pereira, os objetivos foram ampliados.  “Além das matérias sobre panificação, tivemos um professor voluntário que ministrou aulas sobre empreendedorismo. Com isso, abrimos o leque para que no futuro eles possam abrir seu próprio negócio”, disse Silvana.

O coordenador do curso, Manoel Rodrigues, do projeto Padaria-Escola, parabenizou os alunos pela dedicação e esforço. “Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, principalmente com custo de transporte, mais da metade conseguiu chegar até o final e isso é muito gratificante. Nós temos aprendido muito sobre outras culturas, idiomas e, solidariedade. Na primeira turma três imigrantes foram inseridos no mercado de trabalho. Isso demonstra que estamos no caminho certo”, enfatizou Rodrigues.

O coordenador ressaltou ainda que será feito contato com uma empresa que ministra cursos na área de gastronomia para ampliar o conhecimento dos alunos que participaram das duas turmas do curso de panificação. Os recursos financeiros serão financiados pelo MPT.

A procuradora do trabalho Elisiane Santos participou da formatura e explicou que o Ministério Público do Trabalho (MPT) atua na defesa dos trabalhadores combatendo violações de direitos humanos. “Nós fizemos uma parceria com a Sociedade Pró Moradia e destinamos recursos financeiros de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) para a compra de alguns equipamentos que vos utilizam durante o curso”, disse Elisiane. “Para nós é uma alegria estar aqui neste momento, prestigiando todos que estão se formando. Quero parabenizara todos, por chegarem até aqui e, desejo que continuem no processo de formação, de aprendizado e de qualificação”, concluiu.

 

 

 

 

 

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