Secretaria da Justiça e Consulado do Canadá promovem capacitação sobre os impactos das mudanças climáticas para povos indígenas

Cerca de 160 pessoas participaram do evento, que abordou os efeitos ambientais nas comunidades indígenas

Nesta terça-feira (25), a Secretaria da Justiça e Cidadania (SJC), por meio da Coordenadoria de Políticas para os Povos Indígenas (CPPI) e em parceria com o Consulado do Canadá em São Paulo, realizou a capacitação intitulada “Do Ártico à Mata Atlântica: Impactos das Mudanças Climáticas na Vida dos Povos Indígenas”. O evento foi conduzido por Dana Tizya-Tramm, ex-Chefe da Primeira Nação Vuntut Gwitchin, do Ártico Canadense, e teve como objetivo fortalecer os laços entre os nativos canadenses e seus “irmãos” indígenas paulistas.

O encontro proporcionou a troca de experiências, saberes e práticas sobre os desafios ambientais que afetam os territórios indígenas. Durante a abertura, a chefe de gabinete da SJC, Lucimara Nunes de Paula Souza, destacou a relevância do evento: “A pauta indígena é uma prioridade para o Governo de São Paulo. O tema das mudanças climáticas precisa ser constantemente debatido. Todos somos impactados, mas as comunidades indígenas são as mais afetadas. Compreender essas questões é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes.”

Além do intercâmbio cultural, o evento reforçou a importância do diálogo e da cooperação entre as comunidades, visando o fortalecimento das identidades e a preservação dos modos de vida diante dos desafios climáticos.

Dana Tizya-Tramm agradeceu a oportunidade de falar sobre o tema e enfatizou a resiliência de seu povo: “Agradeço ao meu povo, que, mesmo diante de culturas predatórias, sobreviveu e permanece unido. Atualmente, temos acordos de terra e somos protetores de nossos recursos hídricos. Precisamos garantir um futuro melhor para nossas crianças e para nossa nação, protegendo nossos recursos naturais.”

A ex-chefe indígena também destacou como as mudanças climáticas, como a seca e a insegurança alimentar, têm impactos devastadores nas comunidades indígenas, agravados por ações externas, como queimadas, exploração de recursos naturais e grandes empreendimentos, como usinas hidrelétricas. “Estamos adotando medidas, como o uso de energias renováveis, e seremos uma das primeiras comunidades a atingir a neutralidade de carbono até 2030”, afirmou Dana.

A Cônsul do Canadá em São Paulo, Pascale Thivierge, reforçou a importância do protagonismo indígena na luta por justiça climática: “O Canadá é uma nação ártica, e mais da metade da população dessa região é indígena. Estas comunidades enfrentam há décadas as consequências das mudanças climáticas e desenvolvem soluções baseadas em seus valores, costumes tradicionais e ciência. Não há justiça climática sem justiça para os povos indígenas, e um futuro sustentável só pode ser construído com a participação e o protagonismo dos povos originários.”

O Coordenador de Políticas para os Povos Indígenas (CPPI), Cristiano Kiririndju, também enfatizou a importância da parceria com o Consulado do Canadá, destacando o valor da troca de experiências: “Esta parceria é fundamental para fortalecer novas articulações. A questão ambiental é uma pauta global, e ter a oportunidade de debater esses temas dentro do nosso estado reafirma o nosso compromisso com projetos que promovem mais dignidade para os povos indígenas.”

O evento, realizado no Palácio dos Campos Elíseos, contou com a presença de aproximadamente 160 pessoas, incluindo autoridades estaduais, lideranças indígenas e representantes da sociedade civil. Estiveram presentes a chefe de gabinete da SJC, Lucimara Nunes de Paula Souza, o Coordenador de Políticas para os Povos Indígenas (CPPI), Cristiano Kiririndju, e a Cônsul do Canadá para Assuntos Políticos e Diplomacia Pública, Pascale Thivierge.

Sobre a CPPI

Em São Paulo, a Coordenadoria de Políticas para os Povos Indígenas, em colaboração com a Funai, desenvolve iniciativas voltadas para o reflorestamento e a recuperação de espécies nativas, com o objetivo de promover a segurança alimentar nas aldeias. O estado abriga cerca de 55 mil indígenas, distribuídos por 24 terras demarcadas, sendo aproximadamente 12.977 residentes na capital, que é uma das cidades com a maior população indígena do Brasil.

 

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