Jovens da Fundação CASA fazem sarau de poesias no Fórum da Infância e Juventude
Dez adolescentes que cumprem medida socioeducativa de internação na Fundação CASA – unidade Governador Mário Covas, no Complexo da Vila Maria, em São Paulo – recitaram poesias de autores brasileiros e portugueses nesta sexta-feira (26) para servidores e profissionais que atuam no Fórum das Varas Especiais da Infância e Juventude da Capital, localizado no bairro do Brás.
O secretário da Justiça e Cidadania e presidente da Fundação CASA, Paulo Dimas Mascaretti, acompanhou a apresentação, que aconteceu no contexto do projeto “Cantando no Fórum”, elaborado pela juíza do Departamento da Execução da Infância e Juventude (Deij), Luciana Crocomo, e implantado em 2019.
O objetivo do projeto é mostrar o trabalho artístico desenvolvido nos centros da Fundação CASA pelos adolescentes em internação. A poesia é um dos meios de expressão utilizada na execução da medida socioeducativa.
No sarau poético, os jovens apresentam poemas de Vinícius de Moraes, Fernando Pessoa, Cora Coralina, Cecília Meireles, Gonçalves Dias, entre outros autores, sempre acompanhados de algum fundo musical ou sonoro.
A apresentação emocionou juízes, promotores, defensores públicos, advogados, assistentes, estagiários e servidores do Judiciário que trabalham no Fórum.
“Esta apresentação é uma demonstração de que a cultura transforma a vida das pessoas”, afirmou o secretário da Justiça Paulo Dimas Mascaretti. Ao citar uma das poesias recitadas, destacou que “temos de olhar no espelho e procurar nossa verdadeira face, a face do comprometimento, da dedicação, da fraternidade”. Ao falar do trabalho realizado na Fundação CASA, destacou o papel dos agentes públicos como “agentes da esperança”, que trabalham para fazer a diferença na vida dos adolescentes e jovens que cumprem medida socioeducativas na instituição.
Na unidade Mário Covas da Fundação CASA, esses adolescentes participam da oficina Projeto de Vida, ministrada pelo pedagogo Anderson Soares de Souza. Na oficina trimestral, os jovens já com perspectiva de desinternação discutem mercado de trabalho, projetos para o futuro e são preparados para a chegada da liberação do Judiciário.
Na Fundação, os jovens privados de liberdade, dentro de uma agenda pedagógica, participam de oficinas de arte e cultura de diferentes linguagens, como música, artes plásticas, teatro, entre outros.
As aulas acontecem duas vezes por semana, com cerca de uma hora e meia de duração, e realizadas por educadores de organizações sociais parceiras. Na capital, atuam organizações como Projeto Guri, Ação Educativa e Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).