Restauro da Capela dos Aflitos foi tema de reunião na Secretaria da Justiça

 

A Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena (CPPNI), reuniu-se na quinta-feira (30) com representantes de diversos órgãos para tratar da restauração e preservação da Capela dos Aflitos, na Secretaria da Justiça e Cidadania.

Durante o encontro também foram discutidas ações conjuntas de resgate e valorização da cultura negra em São Paulo.

Participaram da reunião técnicos do Instituto Patrimônio Histórico de São Paulo (IPHAN), e representantes da Mitra Arquidiocesana de São Paulo; do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), órgão vinculado à Secretaria de Cultura do Município de São Paulo; e do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo (Condephaat).

Sobre a Capela

A capela dos Aflitos recebeu esse nome em homenagem à Nossa Senhora dos Aflitos. Foi construída em 1779, num beco do bairro da Liberdade einaugurada em 27 de junho do mesmo ano. O local constitui um dos padrões remanescentes da arquitetura eclesiástica barroca do período colonial em São Paulo, a princípio feita em taipa de pilão. Possui alvenaria de tijolos e concreto armado. Após sucessivas reformas, transformou sua aparência original.

Destruída pelo tempo e por um incêndio na década de 1990, onde foram destruídas partes das talhas barrocas dos oratórios existentes no local, a pequena igreja não tem capacidade para receber mais de duas dezenas de fiéis. Em outubro de 2011, após a aprovação dos principais órgãos do patrimônio histórico a igreja passou pela primeira restauração desde sua inauguração.

A atual Praça da Liberdade, bairro onde está localizada a Capela dos Aflitos, já foi conhecida como Largo da Forca, onde muitos escravos e africanos sentenciados foram executados, compartilhando a mesma falta de esperança. Atualmente, a Capela de Nossa Senhora dos Aflitos e a Igreja de Santa Cruz dos Enforcados são representantes de um complexo cultural afro-brasileiro de religiosidade e romaria.

Lendas

Um soldado negro chamado Francisco José das Chagas foi condenado ao enforcamento por liberar rebelião por pagamento de soldo porém, na hora da execução, a corda se rompeu. E não foi apenas uma, mas duas vezes. O público considerou o episódio um milagre e pediu a liberdade do moço, que foi finalmente morto na terceira tentativa. Enterrado onde atualmente está a Capela dos Aflitos, algumas pessoas visitam o lugar até hoje para fazer pedidos ao soldado e pagar promessas.

Reza a tradição que os escravos, vindos dos baixos do Carmo, da várzea do Tamanduateí, subiam a rua Tabatinguera. Paravam estatelados na Igrejinha da Boa Morte. Seguiam ao pelourinho, ali no atual Largo sete de setembro. Viam o suplício dos seus irmãos de cor e destino. Seguiam, não raras vezes, até o Largo da Forca (atual Liberdade), mais ou menos onde hoje situa-se a Capela dos Enforcados. Nesta paragem balançavam os corpos inanimados dos escravos condenados à morte.

 

 

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