Diretores dos CICs participam de workshop sobre Justiça Restaurativa

Cerca de 40 pessoas, entre diretores e servidores das 17 unidades dos Centros de Integração da Cidadania (CIC) participaram nesta quinta-feira (30) do workshop “Justiça Restaurativa Vamos Semear a Paz”. O evento aconteceu no Auditório do Espaço da Cidadania “André Franco Montoro”, sede da Secretaria da Justiça, localizado no Pátio do Colégio, centro da capital.

Na abertura, a coordenadora-geral dos CICs, Vanessa Cristina Martiniano, explicou que o projeto da Justiça Restaurativa tem muita sinergia com o público atendido nos CICs e que o encontro servirá para analisar como levar o projeto às unidades mantidas pela Secretaria da Justiça na capital, Grande São Paulo, interior e litoral.

O advogado e presidente do Instituto Pacto pela Convivência, Osmar Ventris, falou sobre o surgimento da Justiça Restaurativa e seu papel na atualidade. Abordou, ainda, conceitos de Justiça tradicional, mediação de conflitos, conciliação, e o trabalho desenvolvido pelo Instituto.

Workshop na Secretaria: diálogo e entendimento com a Justiça Restaurativa

De acordo com o palestrante, a Justiça Restaurativa é uma técnica de solução de conflitos que tem como objetivo propagar a cultura de paz e reparar danos. “Nós reunimos em um mesmo espaço vítima, ofensor, e eventualmente pessoas que tenham algum tipo de laço com os envolvidos. Fazemos um círculo para que todos se olhem. Os envolvidos relatam o que sentiram quando a violência foi realizada. Nossa técnica é ouvir, sem julgar”, explanou.

Na maioria dos casos, segundo Osmar, o agressor se compromete a reparar o dano causado. “Tivemos um caso em que um adolescente furtou um celular de uma jovem. Durante a conversa no Círculo de Paz, a vítima relatou que havia adquirido o aparelho há pouco tempo e que ficou com muito medo. Ela desenvolveu um trauma e não queria mais sair de casa. Já o agressor relatou que apenas queria o aparelho, sem qualquer intenção de persegui-la. Ao ouvir o relato da jovem, o agressor entendeu que a vítima não queria vingança, estava apenas com medo. O ofensor e seus familiares se comprometeram a ajudá-la a adquirir outro aparelho. Com o diálogo e principalmente com a escuta, nós evitamos que o adolescente cumprisse medida socioeducativa em regime fechado”.

Osmar enfatizou que a Justiça Restaurativa também é realizada em reuniões familiares, escolas públicas e privadas, instituições religiosas, e órgãos assistências como CREAS, CRas, CAPs.

O palestrante ressaltou a importância dos CICs em adotar a técnica da Justiça Restaurativa. “Vocês desenvolvem um trabalho social muito importante com as comunidades do entorno dos postos. Certamente já vivenciaram situações de conflitos. Nesses casos, é fundamental saber ouvir e principalmente se colocar no lugar do outro. Assim será criado um vínculo de confiança, de respeito e as pessoas passarão a falar sobre seus problemas”, concluiu Osmar.

Além da parte teórica, os participantes expressaram algumas situações vivenciadas com pessoas que necessitavam de cuidados especiais. Também foram motivados a escreveram sobre O que é Justiça? O que é desrespeito para você? Eu me sinto desrespeitado quando? Eu desrespeito o outro quando?.  A técnica, segundo o palestrante, teve como objetivo fazer com as pessoas se coloquem no lugar do outro em situações de desrespeito e não julgar sem conhecer os fatos.

 

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