Governo do Estado e FPF distribuem cartão vermelho e promovem ações contra o racismo no Paulistão
Considerada a maior paixão nacional, o futebol tem sido palco de inúmeras manifestações racistas. Para reforçar o combate à discriminação, o Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Federação Paulista de Futebol, lançou hoje (16/04), no Palácio dos Bandeirantes, a campanha “São Paulo contra o Racismo no Esporte”, um projeto concebido pela Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena, da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.
A ação envolve diversas iniciativas durante os jogos das semifinais e final do Campeonato Paulista, como a distribuição de 100 mil cartões vermelhos contra o racismo para os torcedores, camisas com logos da campanha para juízes e jogadores, braçadeiras, cartazes e bolas com o símbolo da campanha. Nas redes sociais serão exibidos vídeos com depoimentos dos quatro times finalistas. O objetivo é conscientizar a população de que qualquer forma de discriminação é crime.
O secretário da Justiça, Aloísio de Toledo César, destacou que o Estado de São Paulo é o primeiro a ter uma legislação (Lei 14.187/10) que pune administrativamente a discriminação por raça ou cor. Ele agradeceu à Federação Paulista pela parceria e o apoio dos clubes. “Os dirigentes dos clubes e a Federação foram muitos receptivos e abraçaram a iniciativa imediatamente”, falou. “Assim que souberam da campanha 78 jogadores aceitaram gravar um vídeo com depoimentos”.
Toledo César explicou o caráter educativo da campanha. “Esta é uma forma de demonstrarmos publicamente o inconformismo da maioria da população contra as ofensas raciais, xingamentos, que às vezes, ocorre nos estádios de futebol”, concluiu o secretário.
“Hoje, estamos aqui com o mais importante time para jogarmos fora toda e qualquer forma de discriminação”, disse o governador Geraldo Alckmin. “O Estado de São Paulo é cosmopolita, multirracial, multicultural, terra do convívio fraterno e da misoginia, portanto, temos que dar o exemplo ao Brasil”.
“A grande proposta da campanha é engajar o mundo do futebol, o mundo da emoção, e fazer com que se multiplique a cultura de paz e o combate a todas as formas de discriminação, especialmente a racial”, falou o diretor de Marketing da Federação Paulista de Futebol, Jaime Franco.
Antiga seleção
Ex-jogadores que fizeram parte da história do futebol paulista estiveram no evento apoiando à campanha. Para Vladimir, ex-jogador do Corinthians, a campanha é fantástica. “É uma pena que em pleno século 21 ainda tenhamos discriminação racial num dos esportes mais valorizados do mundo. Eu costumo dizer que essas pessoas que criticam o negro não tem sensibilidade e nem oportunidade”.
Já Zé Maria, do Corinthians, destacou o papel educativo da campanha. “Participar desta ação me deixa muito feliz, essa sacada do cartão vermelho para o racismo é interessante porque mexe com a sensibilidade do cidadão, a gente espera que isso diminua e a gente possa ter dias mais felizes”.
Cesar Maluco, do Palmeiras, ressaltou a importância do negro no futebol. “Essa campanha é maravilhosa, os maiores jogadores do mundo são negros. Se o Brasil é reconhecido mundialmente no futebol agradeça a jogadores negros, como Edson Arantes do Nascimento, Pelé”.
Para Lima, do Santos, a atitude do governo é positiva. “Estava faltando isso para São Paulo, porque, na minha época, já existiam manifestações racistas, mas não era muito divulgado. A campanha fará com que muita gente fique com os pés no chão e pense em quem está do lado”.
Dario Pereira, do São Paulo, demonstrou sua satisfação por participar da campanha. ”Saber que São Paulo está contra o racismo é gratificante. Nós que praticamos esporte temos que dar o exemplo e reprimir qualquer tipo de discriminação, respeitar o ser humano dentro e fora de campo”.
Na ocasião, foi exibido um vídeo com depoimentos de atletas contra manifestações racistas nos estádios. Entre eles: Rogério Ceni, do São Paulo Futebol Clube; Aranha, da Sociedade Esportiva Palmeiras; Elias, do Sport Clube Corinthians Paulista; e Robinho, do Santos Futebol Clube.
A campanha foi oficializada por meio de convênio entre o Governo do Estado de São Paulo e a Federação Paulista de Futebol. Assinaram: o governador Geraldo Alckmin, o vice-presidente da Federação, Fernando Solleiro, e os secretários estaduais Aloísio de Toledo César (Justiça), Jean Madeira (Esportes) e Edson Aparecido (Casa Civil).
Sobre a Campanha
A campanha será iniciada nas semifinais do campeonato, neste domingo (19/04). Os jogadores dos quatro times semifinalistas entrarão em campo vestindo a camiseta com a estampa “São Paulo contra o racismo”. O logo também estará presente na bola dos jogos, na camisa dos árbitros e nas braçadeiras dos capitães, com o apoio da Penalty, patrocinadora oficial do campeonato. O placar eletrônico dos estádios, as placas e a faixa de campo também exibirão a hashtag da campanha.
Na entrada dos dois jogos da final do Campeonato Paulista (26/04 e 03/05), um cartão vermelho será distribuído ao público para ser usado durante as partidas. Na parte da frente, o cartão exibirá o logo da campanha e a hashtag #SPCONTRAORACISMO. No verso, haverá uma explicação e um texto voltado ao torcedor para que ele também “faça parte desse time” e “dê um cartão vermelho para o racismo”.
O locutor dos estádios convidará as duas torcidas presentes a erguerem o cartão vermelho ao racismo, em sinal de apoio à campanha. No total, 80 mil cartões serão entregues aos torcedores.
A campanha conta com 17 comerciais que serão veiculados na internet e nas redes sociais, com depoimentos dos jogadores dos cinco clubes: Bruno Henrique, Fabio Santos e Gil do Corinthians; Arouca, Cristaldo e Vitor Hugo do Palmeiras; Elano, Ricardo Oliveira e Gabriel do Santos; Rogério Ceni, Ganso e Luis Fabiano do São Paulo e Marcelo Loma, Ivan Quaresma, e Biro Biro da Ponte Preta, entre outros jogadores, convocam a todos nos vídeos a darem um cartão vermelho ao racismo.
Texto: Marta Barros
Assessora de Comunicação
Fotos: Fabiana Campos
Assessora de Comunicação
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