Dependência química foi tema de palestra em oficina do CRAVI

A terceira oficina realizada este ano pelo Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI), programa da Secretaria da Justiça e Cidadania, contou com a participação de 112 pessoas de diferentes áreas, entre elas profissionais e estudantes de Psicologia, Serviço Social e Direito, funcionários das áreas da Saúde e Assistência Social, e representantes da sociedade civil. O encontro aconteceu na sexta-feira (26/04), no Fórum Criminal da Barra Funda, e teve como tema “Dependência Química: Cuidados na Prevenção e no Tratamento”.

Psiquiatra Marcelo Ribeiro fala na oficina do CRAVI sobre dependência química

O palestrante Marcelo Ribeiro, psiquiatra, presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, e diretor executivo do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas (CRATOD), fez um panorama da evolução do uso de substâncias químicas. “Na antiguidade, havia excesso mas não havia uma problematização do ponto de vista de doenças. Com a revolução industrial, o álcool, por ter um custo barato, se popularizou e ainda continua sendo a substância mais utilizada pela população”, disse Marcelo. Ele citou ainda outras drogas muito utilizadas, como tabaco, crack e cocaína, além das drogas sintéticas.

Segundo Marcelo, o uso abusivo de substâncias químicas causa danos no tecido neuronal e compromete vários órgãos do corpo. A dependência, explicou, é diagnosticada quando a pessoa não consegue mais seguir sua rotina diária e passa a utilizar a droga sem controle. “A escolha vira hábito e a necessidade de consumir aumenta”, ressaltou.

Em relação ao tratamento, o palestrante destacou que o profissional tem que realizar ações de redução de danos para atender as pessoas que se mostrem dispostas a abandonar o vício.

“Os 100 primeiros dias de tratamento são cruciais porque o risco de recaídas é muito alto. É um trabalho de muita paciência, muita escuta para estimular o dependente a vencer a abstinência. É fundamental introduzir atividades nos horários em que a pessoa costumava utilizar a droga e estimular o convívio com pessoas que não tenha nenhum tipo de vício”, explicou o psiquiatra. Segundo ele, dependendo do caso, a pessoa leva, em média, seis meses para se desintoxicar.

Na opinião do psiquiatra, as políticas públicas de prevenção ao uso abusivo de álcool e outras drogas devem ser mais efetivas. “Embora o tema seja de conhecimento de todos, é necessário realizarmos palestras, promover rodas de conversas principalmente com jovens, campanhas de conscientização em rádios, nas escolas, para conseguirmos amenizar o problema”, concluiu.

 

O palestrante apresentou ainda o trabalho desenvolvido pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (CRATOD), na fase da acolhida, que consiste em tratamento hospitalar ambulatorial nos Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS), pronto-atendimento 24hs, e enfermarias de desintoxicação. A unidade tem ainda o Plantão Judiciário, que conta com advogado, promotor e Justiça e assistente social, caso seja necessária a internação compulsória ou involuntária.

Já na reinserção social o paciente é encaminhado para comunidades terapêuticas e grupos de mútua-ajuda. Também são realizadas atividades culturais.

 

 

 

 

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