Crianças recebem cães de serviço doados em projeto da AACD financiado pelo FID
O Fundo Estadual de Interesses Difusos (FID), gerido pela Secretaria da Justiça e Cidadania, e a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) entregaram nesta quinta-feira (24/01) mais dois animais do Projeto Genocão, treinados para prestar assistência a pessoas com dificuldades/impedimento de locomoção ou com outras deficiências físicas.
A cerimônia de entrega dos cães aconteceu na Unidade Lar Escola da AACD, na capital, com a presença do secretário da Justiça e Cidadania, Paulo Dimas Mascaretti, e da superintendente de Práticas Assistenciais da AACD, Alice Rosa Ramos.
O pequeno Guilherme Nogueira, de 5 anos, diagnosticado com Síndrome de Jacobsen, passará a ser auxiliado pelo animal batizado de Athena. Já o cão Gaia passará a auxiliar o paciente Guilherme Polesi Enriquez, de 5 anos, diagnosticado com autismo.
Os dois cães entregues são fêmeas da raça golden retriever, treinados para exercer a função de cão-assistência e coterapêutas às pessoas com deficiência. Os animais receberam treinamentos de meses para ajudar pessoas em tarefas do dia a dia como acionar o interruptor de luz, abrir gavetas e armários, buscar objetos caídos e até na troca de roupa.
Com esses, já somam quatro os cães entregues no projeto da AACD, iniciado em 2014 e que inclui a avaliação do potencial terapêutico de células-tronco no modelo canino de distrofia muscular progressiva. O trabalho é coordenado pela geneticista Mayana Zatz.
“Este é um projeto ousado, pioneiro, e com alcance social magnífico”, afirmou o secretário da Justiça na cerimônia, acrescentando que o objetivo do FID é financiar projetos que envolvam a cidadania. “O trabalho da AACD nesse projeto propicia excelente auxílio ao cotidiano das pessoas atendidas, atendendo plenamente suas finalidades”, acrescentou Paulo Dimas Mascaretti.
“Uma parceria muito positiva com o Fundo de Interesses Difusos”, resumiu a superintendente de Práticas Assistenciais da AACD, Alice Rosa Ramos.
Rita Polesi Enriquez, mãe do garoto Guilherme, já notou evolução do filho nos dois meses de adaptação do cão na sua residência. “O Guilherme já demonstra evolução tanto emocional como comportamental com a vinda da Gaia”, conta. O menino, que sofre de autismo e apraxia de fala, por conta da doença tem um comportamento de fuga em lugares públicos e abertos, e apresenta dificuldade de socialização com outras crianças.
A convivência com o cão tornou o garoto mais inclusivo. A “amiga grande”, como ele chama o animal, dorme com ele e o contato físico com o animal, segundo a mãe, proporciona ao menino um sono mais confortável. O cão é treinado para evitar as “fugas” do menino, deitando-se à frente dele.
A vida de seu xará Guilherme Cácere Lins Nogueira também está mudando graças ao cão-assistente. Diagnosticado com Síndrome de Jacobsen, doença rara que causa hipotonia muscular, problemas na deglutição e dificuldade para a pessoa sustentar o peso do próprio corpo, o menino já caminha com mais confiança, passou a interagir mais, e está menos ligado ao tablete, à tevê e ao celular.
“Está ajudando muito na autonomia dele”, atesta a mãe Fabiana. Estamos muito felizes com essa ajuda. Esse é um projeto que realmente faz a diferença para a gente”, elogiou. O projeto Genocão já entregou outros dois cães. Em fevereiro de 2017, foi entregue o primeiro. Batizado de Paçoca, o animal de dois anos de idade, foi doado ao paratleta Lucas França Couto Junqueira, da Seleção Brasileira Paralímpica de Rugby Masculino, que ficou tetraplégico em um acidente de mergulho na praia de Ponta Negra (RN), em janeiro de 2009.
Em janeiro de 2018, foi entregue outro cão-assistente. Batizado de Camaro, o animal auxilia o pequeno Heitor Silva Chicrala, de 9 anos, diagnosticado com uma doença degenerativa que prejudica seus movimentos, elevando o risco de quedas. Lucas França Couto Junqueira e Heitor Silva Chicrala prestigiaram o evento junto dos seus companheiros Paçoca e Camaro.
Entre 2010 e 2018, a Secretaria de Justiça e Cidadania, por meio do FID, firmou 93 convênios, com aporte de recursos no total de R$ 192,1 milhões. No total, somando as contrapartidas, foram investidos R$ 210 milhões.
As receitas do FID são provenientes de indenizações decorrentes de condenações judiciais por danos causados aos bens públicos, de multas aplicadas pelo descumprimento dessas condenações, rendimentos decorrentes de depósitos bancários e aplicações financeiras, e contribuições e doações de pessoas físicas e jurídicas, nacionais ou estrangeiras, produto de incentivos fiscais.
Assista aqui ao vídeo da cerimônia.
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