CPPI participa de assinatura de contrato para a construção da maior escola indígena do estado de São Paulo

Na última terça-feira, 05 de dezembro, foi assinado o contrato oficial para a obra de substituição do prédio da EEI Djekupe Amba Arandy, na Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo.

O pleito era antigo e relevante para a comunidade indígena do Jaraguá, e a obra, depois de concluída, oferecerá melhores condições de estudo a quase 300 crianças do ensino fundamental, médio e EJA, presentes na região.

O investimento será da ordem de R$ 4,7 milhões e a previsão para o término da obra é final de 2024: serão oito novas salas, devidamente construídas e preparadas para facilitar a educação indígena local.

O evento contou com a participação do presidente da Fundação para o Desenvolvimento Escolar (FDE), Jean Pierre Neto, e do coordenador de Políticas para os Povos Indígenas (CPPI), da Secretaria da Justiça e Cidadania (SJC), Cristiano Kiririndju.

“Temos ouvido atentamente as demandas das comunidades escolares dos estados e estamos empenhados em garantir que as necessidades educacionais de todos os povos, independentemente de sua cultura, sejam atendidas, de forma justa e inclusiva”, afirmou, na ocasião, Jean Pierre, presidente da FDE.

“Sonho que se torna realidade!”, afirmou o Cacique Cristiano que, no ato, representou o secretário da Justiça e Cidadania, Fábio Prieto, e o secretário -executivo Raul Christiano, também da Pasta.

“Somos muito gratos ao presidente Jean Pierre, da FDE, por ter dado essa prioridade à educação indígena, o que combina com o espírito que estamos tentando implementar na CPPI, da SJC, de boas parcerias transversais com outros órgãos do governo do estado”, completou Cristiano.

A cacique Maria dos Santos, liderança da TI Jaraguá, onde se deu a assinatura do documento, também reconheceu a importância da obra.“Estamos aqui para comemorar a conquista do coletivo. Só temos a agradecer ao Governador do Estado, que olhou para a educação das nossas crianças”, afirmou emocionada, Maria dos Santos.

Processo construtivo e material

O projeto da escola terá modelo construtivo misto: base de alvenaria com portas de correr de madeira — modulares e ajustáveis — e que permitem melhor ventilação e, principalmente, a integração dos ambientes: sala de aula e pátio. Definida em projeto, essa aplicação estrutural visa respeitar as características culturais da comunidade indígena da aldeia.

E a cobertura da edificação, por sua vez, será constituída de telhas sanduíche em poliuretano, material resistente e que oferece conforto térmico e acústico em dias de chuva.

A escola será construída em dois blocos distintos devido à escassez de terrenos e às características da área ocupada pelos indígenas: uma aldeia urbana, sem área livre, concentrada, situada entre o Parque Estadual do Jaraguá e o bairro de mesmo nome.

O prédio que sediará a nova escola será construído num terreno livre na aldeia. Já a edificação da área administrativa será adequada, preservando o modelo arquitetônico de oca, no mesmo local, e passará a contar também com sala de múltiplo uso e sanitários. A quadra coberta, por sua vez, será erguida no terreno atualmente ocupado pela escola que será futuramente demolida.

Investimentos

A FDE concluiu a revitalização de três escolas indígenas em 2023, com investimento de R$ 1,2 milhão: EEI Índia Maria Rosa (Braúna), EEI Aldeia Nimuendaju (Avaí) e EEI Aldeia Kuaray O e Sol Nascente (São Vicente). Cerca de 100 alunos foram beneficiados com obras de reparos nas redes elétrica, hidráulica, nos caixilhos e no calçamento e revisão de cobertura.

Atualmente, a EEI Aldeia Awy Pyhau (Barão de Antonina) passa por reformas da cobertura, despensa, rede de esgoto, esquadrias e pintura geral. E há, ainda, outras nove em processo de licitação.

Escolas Indígenas

A Secretaria da Educação atende, em todo o estado de São Paulo, cerca de 1.750 alunos de comunidades indígenas. Ao todo, mais de 340 docentes lecionam em 42 unidades com Educação Infantil, Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), das etnias Guarani Nhandewa, Guarani Mbya, Terena, Krenak e Kaingang.

O conteúdo aplicado nas salas de aula segue as diretrizes do Currículo do Estado de São Paulo, mas têm um diferencial: os componentes curriculares são trabalhados de acordo com os conhecimentos de cada etnia e os educadores são, em sua maioria, indígenas que pertencem às aldeias em que as escolas estão locadas.

O Centro de Inclusão Educacional (Cinc), do Departamento de Modalidades Educacionais e Atendimento Especializado (Demod), é o órgão responsável por gerir políticas de inclusão para os estudantes matriculados nas escolas indígenas, além de coordenar as reuniões ordinárias do Conselho Geral do Núcleo de Educação Indígena. O Cinc e Demod integram a Coordenadoria Pedagógica (Coped).

 

 

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